terça-feira, 18 de junho de 2013

Mãe Gentil!

  Foi assim que aconteceu. Rápido demais. Fugaz demais. Em um momento eu adormecia profundamente, no outro estava acordada com tiros de rojões, com os gritos dos filhos oprimidos pela exploração.
  Minhas árvores gritaram com eles. O ar também estremeceu, e as nuvens sacudiram-se. O fogo tomou partido e revoltado que ele só, incendiou onde não devia.
  Todos os elementos do globo comentaram entre si: " que rumor tão forte é este que abala nossa tranquilidade? "
  Eu sorri. Sorri, orgulhosa dos  meus filhos. Meu peito estufou-se de orgulho. Se eu pudesse, tomar-me-ia por uma entidade viva, e marchar-me-ia com eles. Tal grito não pôde ser ignorado por mim, aquela que lhes é Mãe.
  Recebi em meu colo, todas as raças da Terra. Aqui, brilham as fagulhas vivas de todas as religiões do mundo. Muçulmano, ateu, espírita, umbandista, cristão. Japonês, chinês, francês, português, alemão. Cada sangue e cada fé, eu acolhi com o meu amor. Ninguém aqui é apedrejado por exercer o direito de escolha, o direito de ser, o direito de crer.
 Eu, Brasil, sou a mãe gentil, sou a ave que acolhe debaixo das asas os filhos deste solo.
 Porquê os meus filhos, de boa fé, elegem o " menos pior " dos governantes? É porque não restou um, entre os partidos, nessa vida política, que seja íntegro. "O poder corrompe", dirão alguns.
 Eu sou Brasil, e eu sou livre. Livre de leis, livres de regras. Sou de uma anarquia pacífica, uma anarquia protestante, uma anarquia que diz: não escolherei quem me maltrata.
 Filhos, porquê não seguem o exemplo dessa mãe que lhes quer bem?
 Tantos solos riram de nós. Até agora. Nesse exato momento, diante dessas mães, eu me levantei. As Mães França, Inglaterra, Europa, Estados Unidos, pela primeira vez, olham-me como uma igual.
 - São meus filhos - eu aponto vocês - que ao som do mar e à luz do céu profundo, fulguram como florão da América, iluminados pelo sol do Novo Mundo!

  Digo aos filhos meus que se levantem, não para a guerra, mas para paz. Pois não existe maior arma que a força de um ideal. E ideais são intangíveis. Inquebráveis. Pode-se reduzir um povo ao pó; mas não pode-se jamais matar seus ideais. E são esses mesmos ideais que tanto temem os grandes governantes. Pois são esses ideais que sobrevivem ao tempo, contaminam outros povos e os fazem levantar-se. 

  Os filhos de outras mães, contaminados pelos ideais de meus filhos, gritaram a uma só voz: " Brasil, estamos com vocês! " . 

  Eis meus filhos, que vocês fizeram florescer a Primavera Brasileira. 

  Levantem os estandartes com orgulho. Pois dos filhos deste solo, serei sempre, a mãe gentil! 


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